quarta-feira, 8 de maio de 2013

Canções extras


Em fevereiro deste ano, pouco antes do carnaval, recebi a ligação do produtor do meu CD, Dani Medeiros. Pensei que fosse mais um dos papos que sempre tínhamos: "Guidi, estou ouvindo aqui e acho que na canção X poderíamos fazer isso e isso etc.". Mas não era nada disso. Com toda a tranquilidade, Dani me ligava para dizer que havia sofrido um acidente (sempre ressaltando que estava bem, para que eu não me assustasse), que estava no hospital e que ficaria internado por alguns dias. Fui visitá-lo. Ele realmente estava muito bem, mas precisava ficar um tempo de molho. Este tempo se estendeu por três meses, dada a seriedade do caso (era preciso ficar imóvel, apesar da vontade de trabalhar e seguir a vida normalmente).
Estamos em maio, e eu e ele volta e meia conversamos, por telefone ou e-mail, falando sobre o que falta para o CD terminar (tão pouco!), sobre quem vai gravar essa faixa, quem vai gravar essa outra... E assim estamos indo, tentando aproveitar ao máximo este período de férias forçadas. Férias deste trabalho que nos ocupa desde novembro de 2011 - contando com as primeiríssimas conversas, ainda sem saber quem seria a banda base, sem ter a menor ideia de quem participaria, sem nada -, que tanto nos enche de ansiedade e expectativa. Que já nos rendeu tantos momentos incríveis (e outros nem tanto) no estúdio: papos, crescimentos, amadurecimentos, risadas, parcerias, músicos sensacionais se envolvendo com tanta generosidade. E, claro, muita broinha de milho e mate.
E neste período em que o CD está na geladeira, o que a princípio seria algo ruim - atraso no lançamento, perda do "ritmo" das gravações - serviu para me acenar (e empolgar) com outra possibilidade: a de gravar canções "soltas". Gravar o que eu quiser, e lançar assim, simplesmente. Sem esperar que outras nove canções também fiquem prontas para, aí sim, poder mostrá-las, em um conjunto.
Não pensar em conceito, em unidade. Lançar na internet. Ter o prazer de caçar outras canções e pegá-las para mim, torná-las minhas. Produzir muito, gravar muito. Sem a seriedade de um disco, sem o planejamento que este pede.
Um CD é fundamental para qualquer artista que trabalhe com música, e só vou respirar aliviada quando o meu for lançado. Verei meu primeiro trabalho solo nascer, planejado por mim e pelo Dani com tanto profissionalismo e cuidado. Se isso já me enche de orgulho agora, imagine só quando eu estiver com o meu trabalho nas mãos. Será incrível. E será muito bom também para todos aqueles que colaboraram através do crowdfunding para que este projeto pudesse ser realizado. Todas estas pessoas, tenho certeza, estão à espera, mas educadamente não me pressionam, só me incentivam e dão força. Vou ficar muito feliz por elas, também. Poderei dar a contrapartida. Poderei mostrar que valeu a pena, que o trabalho no qual elas investiram é de qualidade, e que toda esta empreitada foi levada muitíssimo a sério.
Mas já que neste exato momento não posso levar adiante este trabalho, acho interessantíssima a ideia de continuar produzindo, mesmo assim. Continuar trabalhando em outras canções, de outros compositores. É algo que pretendo continuar fazendo, sempre, nunca deixando impune uma música irresistível para mim, uma música que me toque profundamente e que "peça" para ser minha. Gostei? Gravei! Sempre que for possível, é claro!
Desde que fechei o repertório deste meu primeiro trabalho, há quase um ano, fiz uma lista das canções que eu poderia gravar futuramente, em outros CDs. De tempos em tempos aparecia uma canção incrível. Acredito que esta lista já conte com uns trinta títulos.
É hora de começar a riscar, um a um, todos estes itens.

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